Durante a adolescência, sempre vivi a situação de querer uma dezena de meninas que não me davam pelota nenhuma. Gostava, ia atrás, com aquele romantismo inocente de quem só queria expressar o que sentia.
E aí a vida veio, atropelou e mostrou: o caminho não é esse. Sem me preocupar com aquilo que aos 15 era uma crise existencial, minha vida seguiu. A trilha sonora passou de Laura Pausini a Garbage. O menino tímido, romântico e patinho feio sumiu em algum lugar de mim mesmo. Deu lugar a alguém auto confiante, bem resolvido e, vejam só, até atraente.
Aquele que se apaixonava sem ter trocado uma palavra deu lugar a alguém que não se envolve muito fácil. Avesso a relacionamentos. Feliz com a liberdade de decidir tudo sozinho. Satisfeito com a condição de solteiro.
Talvez justamente por tudo isso, hoje vivo a situação inversa do que vivi na adolescência. Já ouvi que querem de mim mais do que um amigo tanto quanto eu disse às meninas da minha adolescência.
Engraçado perceber isso, olhando para um passado que nem me parecia tão distante.