quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Pénabundeando
Existe algo muito difícil na vida social moderna: conhecer e arranjar um pretendente. As relações tendem a serem fúteis e efêmeras, com poucos significados e deixando poucas saudades. Não é nem bom nem ruim, apenas é. Difícil, mas não impossível. Algumas dessas relações sobrevivem e se prendem por mais tempo que o planejado - como se tudo fosse combinado.
Entretanto, ainda mais difícil do que achar certas pessoas é se livrar de algumas delas. Principalmente se a pessoa dona das nádegas-alvo não fez nada de errado. O primeiro desafio é descobrir se você realmente quer acabar com tudo e chutar o balde, isso é, a bunda. Isso é particularmente complicado, pois a relação não precisa estar totalmente ruim. Ainda podem existir muitas coisas boas que, supostamente, seriam motivos suficientes para manter intacta a área onde acaba as costas . Nesses momentos, é comum fraquejar. Mas não se pensa em terminar tudo levianamente. Dignidade em primeiro lugar. Ou não.
Firme e decidido, o próximo passo é a abordagem. Sincero ou conveniente? Simples ou complicado? O mundo definitivamente seria um lugar mais fácil se fosse como um band-aid. Mas ser direto é complicado, principalmente se sua bunda já foi alvo diversas vezes e sabe-se que aquilo não é confortável, por mais popozudo que se seja. Tenho coração mole - ou bunda-mole - e frequentemente me coloco no lugar da vítima. Síndrome de Pequenópolis.
A etapa seguinte é "pós-pénabundada". Envolve direta e proporcionalmente o grau de afeto que a vítima tinha pelo algoz de seus quadris. Ouve-se constantemente frases do tipo "o que eu fiz de errado?" ou "não vou fazer isso de novo" e "vamos tentar outra vez, juro que será melhor". Há um risco considerável de voltar ao primeiro desafio ali no terceiro parágrafo desse texto que te enche a paciência.
É um certo alívio, pero no mucho. Não consigo ficar plenamente satisfeito sabendo que há agora um coração partido por minha causa - na pior das hipóteses, um profundo desejo de vingança eterna. Mas está feito. Se há uma lição de moral nisso tudo é que não há volta. Só resta vagabundear por aí à procura de mais uma relação fútil e efêmera.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
O difícil é o fim
Bem, noves fora a dificuldade de arranjar alguém, e par adispensar? Ora, porque se há problema para conseguir alguém, há também quando tudo parece dar certo, seu corpo fica coberto de mel e chegam propostas e mais propostas para se aproveitarem dele. Por prudência ou critério ou falta de tempo é preciso dispensar alguém! Como fazer isso?!
Oras, como VOCÊ gostaria de ser, hã, digamos... DISPENSADO? Bom, a palavra é essa mesmo. Afinal, não adianta fingir que não, porque é isso mesmo: você quer mesmo é dar um belo pé na bunda da pessoa - de preferência sem magoá-la e, quiçá, não fechar completamente uma possibilidade futura. Acertei?
Bom, sinto dizer: não há fórmula mágica. O negócio é, como sempre, sinceridade, na maior dose que você aguentar. Sim, porque nem todo mundo aguenta não é? Prefere dizer que está ocupado, ou que não pode sair, ou que a mão está doente, ou que o chefe não deixou sair do trabalho... Enfim, as desculpas são muitas. Mas já pensou em ouvir: "não estou afim de sair com você". É duro não é? Mas talvez seja melhor do que um "hoje não dá". Porque este segundo sim tem requinte de crueldade. Ele é composto de esperança, algo tão mortal quanto veneno e tão benéfico quanto a cura da Aids (se ela hipoteticamente existisse).
A decisão é sua: pense como gostaria de ser tratado, como gostaria que aquela gostosona te dissesse que você não é o que ela quer, ou como aquele bonitão que você acha dar em cima de você dissesse que, na verdade, ele tem namorada e não está nem aí para a sua pessoa. Pense assim leitor, porque uma hora ou outra, você será o chutado.
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Santo Google
www.felipex.com.br/div_louco_dic.htm
minerva.ufpel.edu.br/~ssgremio/definic.htm
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Google: conselheiro conjugal
The triangular theory of love characterizes love in a interpersonal relationship on three different scales: intimacy, passion and commitment. It was developed by Robert Sternberg. Different stages and types of love can be explained as different combinations of the three elements, intimacy, passion and commitment. Sternberg states that a relationship based on a single element is less likely to survive than one based on two or more.
en.wikipedia.org/wiki/Empty_love
quarta-feira, 1 de novembro de 2006
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
O ator principal do meu filme
Eis que senta uma garota na mesa da frente. Tomava suco de canudinho fazendo um biquinho com a boca que dava asas à imaginação. Camisa branca, calça jeans e tênis AllStar - daqueles fáceis de calçar - e rabiscava o seu guia como muitos por ali. Tentei voltar à minha própria programação, no entanto me conheço bem o suficiente para saber que metade do meu planejamento não será seguido e que não estava concentrando o suficiente por causa daquele anjo na minha frente que tomava o seu suco com canudinho.
Tinha ingresso para três sessões seguidas na mesma sala sem nenhum critério aparente: um filme romeno, outro americano e um documentário canadense. Estava aguardando o primeiro filme que só começaria depois de algumas horas. As pessoas formavam filas, se movimentavam entre as salas. A garota do canudinho contiuava sentada ali. E os olhares se tocavam a cada minuto, despertando sensações diferentes tendo em comum apenas a dúvida. Dúvida sobre quem poderia ser, quais filmes ela veria, estaria esperando alguém e, principalmente, como iniciaria uma conversa com quem nunca conversei antes.
A idéia de passar três sessões seguidas sem conversar com ninguém foi o grande catalisador do meu súbito senso de atitude. Em um momento de dúvidas sobre o que fazer, adota-se a tática do heroísmo que é se colocar em uma situação onde não há como fugir. No caso, um simples "oi". Ela responde de acordo. Legal, não me ignorou. Já é melhor que muitas por aí. Diz que não está esperando ninguém e consigo autorização para sentar ao seu lado. Há, no tom de voz de nós dois, uma leve sensação de alívio daqueles que acontecem quando achamos a saída do shopping ou quando alguém te liga quando deveria ter ligado meia hora antes.
Obviamente, conversamos sobre filmes. Não tão óbvio, descobrimos que assistiremos aos mesmos filmes. Nesse ponto, não há espaço para tanta timidez e a conversa se desenvolve no melhor estilo mineiro de ser. Sem interrupções, sem assuntos chatos e muitos pontos em comum - além dos próprios filmes. As filas se passam de maneira imperceptíveis e apenas percebo que estou sentado na sala do cinema quando se apagam as luzes.
Cinema é uma atividade solitária. Isso pode surpreender alguns casais de plantão que batem ponto nas salas espalhadas por aí. Em um sentindo amplo, cinema significa pipoca, guloseimas, filas, conversas e namoros. No entanto, no momento em que as luzes se apagam e as imagens são projetadas, não há mais nada ali além do filme e você. Se houver, é porque não está prestando atenção. Nada contra, realmente existem coisas melhores.
Ao final do primeiro filme, mais uma doce descoberta: ela também fica na sala até o final dos créditos. Sempre achei que fosse o único. Decidimos permanecer sentados entre as sessões e rapidamente, estamos pronto para o próximo filme. Dessa vez, um pouco menos solitário e a fantástica ilusão do cinema começa a ruir - no bom sentido. No último intervalo da noite, a conversa orbita assuntos pessoais e mais íntimos. Toda a maratona de filmes se torna secundário.
A narrativa, assim como esse post, atingia o climax e precisava de um final. O cinema já cerrava as portas e apagava as luzes enquanto ainda conversávamos na calçada fria no meio da neblina da madrugada. Senti que era a hora de outro súbito de atitude. Ela escapou da minha tentativa com um movimento brilhante de rosto e deixou um ar enigmático em seu olhar. "Quem sabe na próxima sessão?". Trocamos telefone e ela ali me deixou em um misto de alegria e frustração. Assim como a arte imita a vida, esses pequenos momentos mostram que a vida segue os princípios básicos da arte de contar histórias. E um bom entendedor de cinema bem sabe que nem sempre o protagonista atinge seu objetivo.
A mostra segue e ainda não tive a "próxima sessão".
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
Um outro Pagliacci
O segredo de Tuta era tão simples quanto indecifrável. Ele não tratava os outros como criança e muito menos insistia em uma alma meramente infantil. O grande palhaço encarava as pessoas com um olhar humano e os abraçava com calor humano. E além disso, era muito engraçado. Seu senso de humor tocava as pessoas no nível mais pungente e seu timing era perfeito. Dominava todas as técnicas e estilos. Pastelão, humorista, piadista, imitação, sonoridades, peças e enganações.
Nas suas piadas - ou seriam obras? - mais polêmicas, simulou sua própria morte. Recebeu elogios e ovações que o consagraram como um grande artista do século. Muitos não gostaram, é fato, menos pela anedota de mau-gosto e mais por não ter entendido a piada.
Um dia qualquer - daqueles nem muito belo, mas nem muito feio - sem que nada memorável tivesse acontecido, Tuta ficou triste. Um grande vazio ocupou sua alma que ele esperava que fosse algo temporário, indigno de muita atenção. Entretanto, essa sensação permaneceu e aumentou discretamente a ponto de Tuta se indagar se o vazio não estaria ali o tempo todo e só agora vinha à sua percepção.
Ao confidenciar esse desconforto com um amigo de infância, Tuta se surpreendeu com a súbita gargalhada de seu companheiro. Irritado pela falta de consideração por estar se abrindo e demonstrar sua vulnerabilidade, o grande palhaço ignora seu amigo à procura de sua companheira de vida em quem, com certeza, poderia confiar tanta tristeza. A reação de sua amada, no entanto, foi ainda mais esmagadora: não apenas riu como se regressasse aos bons e saudáveis tempos juvenis, como também ligou para toda família para contar a mais nova sacada no melhor palhaço do século.
A situação apenas fez piorar o seu já incômodo vazio e estava o preenchendo com ódio e frustração devido à falta de capacidade de dar vazão à sua tristeza e da futilidade de encontrar alguém que compreendesse o quanto sofria. No auge da sua indignação, rompeu com sua mulher, toda a família e seus amigos e decidiu viver sozinho.
A notícia se espalhou rapidamente pelos meios de comunicação e pela boca do povo. Em poucos dias, Tuta aceitou um convite de uma grande emissora de TV para dar entrevistas em um auditório onde, julgou, seria adequado para anunciar o fim de sua brilhante carreira devido à desilusão recente. Dispensou os tradicionais trajes coloridos e as maquiagens e decidiu enfrentar a questão como homem, diante da sociedade.
Em meio de seu discurso rouco e ranzinza, Tuta é interrompido por um telespectador ao telefone que lhe perguntava até onde iria a nova piada, pois não se aguentava de tanto rir. O palhaço, então, percebe que todo o auditório está deslubrado com uma nova grande anedota e centenas de telefonemas e mensagens não cessava de chegar à redação. Enfurecido, Tuta se utilizou de todos os vocábulos de baixo calão que conhecia, embriagado de ódio pela humanidade que apenas servia para atingir em cheio o gosto de seu público.
Saiu do programa antes de seu fim, refugiou-se em uma fazenda em uma fútil tentativa de escapar da mídia e curiosos. Valendo-se de remédios para se controlar, Tuta entra em profunda depressão por não conseguir expressar a sua tristeza e desabafar todo o sentimento negro que o apossara. O ódio crescia na mesma proporçao de sua frustração. Convenceu-se de que não havia saída nesse beco sem saída. Amarrou uma corda em uma pilastra no teto, preparou um forte e simples nó e, com a ajuda de um banco, colocou seu pescoço na corda na última esperança de encerrar todo o sofrimento.
Seu corpo só foi encontrado dias depois, quando os repórteres perceberam a pouca movimentação dentro da fazenda. Muitas especulações rondearam o caso, vasculharam sua vida recente em busca de pistas e histórias. No entanto, era unânime entre a sociedade a opinião de que Tuta tinha realizado a sua obra-prima do humor.
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois que eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois
Depois
Que eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois, depois, depois
Que eu me encontrar
(Marisa Monte - "Preciso me encontrar")
terça-feira, 10 de outubro de 2006
O conto do homem sem coração
Tão intensa e completamente
que seu coração a ela pertencia
Ela,contudo, não o guardou
Abandonou aquele coração
que só para ela vivia
Ele passou a amar as mulheres com seu corpo.
Seu coração?
Até hoje não o encontrou...
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Sonhos
Jogador de futebol. Todo menino que praticou o esporte quando criança sonhou em ser um. A força com que se persegue o sonho é tão grande quanto a satisfação que ele pode dar. Ao mesmo tempo, a busca é tão grande quanto a decepção que pode proporcionar.
Ela tem sonhos. Quer ser médica. Obstetra. Sonha, mas não tem forças para buscar. A vida lhe deu outra profissão. Não lhe a ela a chance de ser médica. Deu a ela análise de sistemas, informática e projetos. Deu a ela um sorriso aberto, lindo, avassalador, conquistador. Não lhe deu dinheiro, nem sucesso. Deu carisma, alegria nos olhos, doçura. Fez com que ela corresse atrás da vida. Deu a ela o sonho de ser mãe. Deu também dificuldades para ela superar.
E ela sonhava. Sonhava casar, de véu e grinalda, em uma igreja grande, bonita, bem decorada. Sonhou com lua-de-mel, em ter muitos filhos. E ela chega cada vez mais perto do sonho. Não da medicina, mas do casamento.
O sonho é casar. Casar com quem? Não pensava nisso claramente. Ela olha no seu coração. Olha, sente, mas não sabe bem. Ela acha que o ama. “Casarás pelo sonho”, digo a ela. “Afinal, sonhas em casar ou sonhas em casar com ele?” Ela não sabe. Não quer responder. Ficou abalada.
Ela sonhou. Com outro. Sonhou, sentiu, mas viveu pouco. Ela assustou-se. Sonhava em casar, amava o homem que escolheu. Por que sentir algo tão intenso por outro? Ela tem certeza: quer casar com quem escolheu. Quer ter filhos, ser mãe. A certeza a tranqüilizou. Tanto quanto a incerteza a fez chorar, pois percebeu que não havia certeza. Ela não quer descobrir o que sente. Ela vai casar, não tem dúvidas.
Ela tem medo de não amar. Tem medo de sentir por mim algo maior do que ela pensava. Ela tem medo da intensidade. Medo de querer demais. Medo de amar. Tem o sonho de casar e está perto de realizar. Vai entrar de véu e grinalda na igreja caprichosamente decorada. Vai para lua-de-mel. Vai ser mãe. Continuará sonhando: em ser médica e em esquecer a incerteza.
Eu sonho. Sonho por uma profissão descoberta só depois de já ter escolhido outra. Sonhei mudar de emprego e trabalhar com o que gosto. Sonhei ver alguém descobrindo o meu talento.
Sonho com ela. Que ela descubra que a intensidade por mim é incontrolável. Sonho que nossos sonhos se encontrem no campo afetivo. Sonho em ir ao supermercado, fazer as compras do mês. Ver nosso menino puxando a saia dela, pedindo pra levar mais biscoitos. Sonhei em ver nossa filha nascer com o sorriso dela, com os mesmos olhos. Eu a vi me encantar tal qual a mãe. Sonhei em ouvi-la dizer “Eu te amo”. Sonhei
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Desejos e sonhos podem mudar.
Crenças podem surgir.
Um homem pode amadurecer.
Preconceitos podem acabar.
Uma vida pode surgir.
Em um ano muita coisa pode mudar
mas não o sentimento que ainda sinto por você.
Sim, eu daria tudo mais um pouco de mim por você!
_______
Voltei..
domingo, 10 de setembro de 2006
Qual é a menor distância entre dois pontos?
O que você faria se encontrasse a pessoa que te faz sentir o amor mais puro e intenso no tempo errado? Naquele momento que você quer investir na carreira, ou quando você não tem tempo, ou simplesmente quando você mesmo já está comprometido.
Calma, calma, sempre pode ser pior: ela já é comprometida até o pescoço. Data marcada para o casamento. Mas se abala com você. Não a ponto de desistir de casar, mas se abala. Gosta de você, diz que você seria o homem perfeito, ideal - mas que está no momento errado da vida dela.
O amor tem tempo para acontecer? Bom, para algumas pessoas sim. Eu, como sempre deixei que meu coração escolhesse por mim, involuntariamente, não tive o problema da escolha.
Quando achei que poderia controlar meus sentimentos, entrei em um perigoso jogo de sedução. O jogo saiu de controle, chegou à vida real. Tomou posso do coração sem mais nem menos, sem pedir autorização - algo semelhante ao que faz o governo norte-amareciano quando acha que deve.
O tempo passa, as instabilidades acontecem. Altos e baixos, momentos de paixão quente e maluca, e momentos racionais. "Não pode" ou "Não posso". Sempre a mesma coisa. E tem momentos de proximidade. "Você não existe..."
"Por que não me caso com você?"
Já imaginou ouvir isso da pessoa amada? Eu já. Pena que faltavam só dois meses para ela casar. Uma questão de tempo. No filme, dois anos separam os personagens, apaixonados um pelo outro. Quanto tempo me separa dela?
terça-feira, 18 de julho de 2006
Todos os corações do mundo.
Se em 1994, o mundial gerou um longa-metragem intitulado "Todos os corações do mundo", não é à toa: esse evento reúne todos os países participantes (e muitos outros mais) em uma só emoção, uma só febre.
Um sentimento parecido com a paixão.
Aliás, pode ser até chamado de paixão. Pelo futebol, claro.
Veja só: às vezes o futebol é igual à vida.
Nos apaixonamos por um time, sem qualquer razão aparente, mesmo que tudo esteja contra. Na minha vida, a relação com o amor é bem significativa. Sou são-paulino em uma família palmeiresente (por parte de mãe) e corinthiana (por parte de pai). Não tinha razão pra gostar do São Paulo. Mas foi paixão.
Sofremos. Por derrotas, por falta de vontade, por ter um time que não condfiz à paixão que nutrimos por ele.
Diferença com o amor?
Nenhuma.
quarta-feira, 7 de junho de 2006
Pensamentos inconscientes de olhos fechados
"Sonhos semeando o mundo real"Vilarejo, Marisa Monte
Amor platônico: diferente daquilo que normalmente se ouve, amor platônico é diferente de amor impossível. O real singnificado é o que o próprio nome remete: a Platão. Amor Platônico é um amor idealizado, um amor no campo das idéias. Um amor que não existe no mundo real, apenas no campo das idéias de Platão. Daí a origem do nome.
A vida é composta pelos sonhos. Quando nascemos, nossos pais sonham que sejamos médicos, engenheiros ou advogados (incrível como sempre fica entre os três). Alguns sonham que o filho seja jogador de futebol.
Quando somos crianças, sonhamos com super heróis, mundos de magia e encantamentos, Disney. As crianças gostam de profissões nobres, como bombeiros, astronautas e até médicos em alguns casos (os pais transbordam de orgulho destes).
Sonhamos com aquela menina mais linda, a primeira por quem não sentimos vontade de zuar, ou ganhar na gincana. Sentimos vontade de olhar para o sorriso dela. Aquela, que andava de maõs dadas com os pais dela na saída, e que sonhamos à noite. Aquelas que nos motivam a ir para a escola.
Sonhamos com namoro. Aquela pessoa que nos faça sentir o gosto da paixão de criança, forte, intensa, gostosa, simples. Uma pessoa que não tenha os defeitos que estamos acostumados a ver. Que goste de nós tanto quanto nós gostamos dela, que seja fiel, tenha beleza, seja inteligente, interessante.
Alguns sonham casar. Outros, ter filhos. Muitos sonham com os dois. De preferência, em união ao sonho anterior, do namoro.
Sonhar é sim preciso. Amor é feito de sonho também. Se apaixonar, sonhar, imaginar e realizar. Só tomando cuidado para que não se torne um sentimento apenas existente no campo das idéias - e qu
terça-feira, 30 de maio de 2006
nutrição amorosa
Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinhoSe aproxima o dia dos namorados. Data comercial ou não, desperta reações diversas nas pessoas. Percebi hoje, ao conversar com um amigo, um importante dado sobre relacionamentos que, mais uma vez, a Biologia explica:
Vivo tranqüilo, a liberdade é quem me faz carinho"Satisfeito", Marisa Monte
- seres heterótrofos: Dependem de um dos elementos de um relacionamento para processar o que chamamos de satisfação. As reações que ocorrem para a produção desta sensação são muitas, mas com uma característica comum: são necessariamente dependentes de uma dessas reações. Alguns precisam se sentir amados; outros, apenas amar alguém. Alguns precisam se sentir completos com alguém, outros, é uma questão social - politicamente incorreto e não assumido, mas bastante presente na espécie humana.
- seres autótrofos: são os citados por Marisa Monte (em música escrita em parceria da cantora com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes). Não dependem de ninguém: produzem, dentro de si, a substância satisfação. Utilizam elementos do relacionamento para produzir a satisfação, mas não depende dele. Não se incomoda, em nenhum aspecto, com o fato de estar sozinho. Auto-suficiente, em suma.
quinta-feira, 25 de maio de 2006
Emocionalmente burro
- Êita! Tá maluca??
- Não mude de assunto!
- Mas, querida, não sei do que você está falando...
- Larga de ser safado! Todo mundo percebeu!
- Mas eu não est...
- E ela ficou olhando pra você a festa inteira!
- Nem reparei! Tava secando a garrafa de whisky com a turma do baralho...
- Sei... sei... contando as piadinhas sujas para impressionar a guria... Acha que eu não te conheço? Foi assim que começou comigo!
- Você está doida! Você disse que te conquistei na noite que te dei carona pra casa depois que todas suas amigas foram embora...
- Aquilo foi pra romantizar... Romantizar, está entendendo?
- Uai... Não tenho culpa se ela ficou me olhando... Só tenho olhos pra você, meu amor...
- Claro! Rindo alto daquele jeito e derramando bebida no tapete da Suzete...
- Mas, querida...
- E quem fica limpando depois? Pedindo desculpas por seu comportamento? Quem fica esperando você para conversar, dar um beijinho e...
- Humm..
- Quê??
- Você está com ciúmes!
- Eu???
- É... se sente carente...
- Hah! Essa é ótima!
- Pois é verdade... Estava me divertindo com meus velhos amigos enquanto as moças ficavam botando defeitos em seus namorados...
- Não é bem assim...
- Meus amigos não dão atenção às namoradas como eu dou à você... Lembra da nossa viagem no mês passado?
- Sim, mas...
- Dos presentes caros que te comprei no seu aniversário...
- Aham...
- Daquela noite fantástica no motel no último fim de semana?
- Hihi... Pára, seu bobo!
- Alguma de suas amigas tem um namorado que sabe a sua flor favorita? Sua comida favorita? E ainda aprende a cozinhá-la?
- Você queima tudo...
- Mas faço por você...
- Tem razão, querido... Me desculpe, exagerei, né?
- Só um pouco... Além do mais, você é muito mais bonita que a namorada do Andervaldo...
- Ahá! Sabia que tinha olhado pra ela!!
- Ops...
amor virulento
ciclo lisogênico: após injetar a paixão virulenta, esta se une com a paixão hospedeira, e dão início ao processo de reprodução através da divisão. Compartilham decisões, sentimentos, caminhos, noites, desejos e muito mais. Se reproduzem através da disseminação de cada um, o que torna o vírus mais forte. Este ciclo é mais usado quando o vírus de adapta ao hospedeiro, e este lhe oferece condições favoráveis - sem ser muito fraco e não reagir, e ser ser forte demais, a ponto de destruí-lo.
quarta-feira, 24 de maio de 2006
dor de cabeça científica
Agência FAPESP - Com o tempo, dormir pouco, além de uma série de outros problemas, pode deixar a mulher mais gorda. A conclusão é de um estudo realizado nos Estados Unidos e apresentado nesta terça-feira (23/5) na Conferência Internacional da Sociedade Torácica Norte-Americana.Imaginem o diálogo. O marido chega, com aquele apetite de quem trabalhou o dia inteiro com um bando de homens, louco pra encher sua mulher de beijos. Em vez da dor de cabeça, ela vai dizer:
Meu bem, eu tenho que dormir... Você não quer que eu engorde não é?!
1ª Lei da Inércia
Toda pessoa comprometida tende a permanecer comprometida.
terça-feira, 23 de maio de 2006
paradoxos do cotidiano
"eu te amo"
sábado, 20 de maio de 2006
quarta-feira, 3 de maio de 2006
Impossível ou apenas muito difícil?
Eis que surge a Azzura. O jogo está 2 x 0, meu time é melhor, mas não consigo sequer empatar o jogo. O casamento tá marcado, e se aproxima a cada dia. O terceiro gol - o casamento em si - parece só uma questão de tempo. Minha defesa não parece capaz de deter esses contra ataques fulminantes, e com hora marcada.
Incrivelmente, meu time luta. Luta com aquela vontade de um garato que foi recém promovido das categorias de base, e precisa mostrar serviço na equipe de cima. Uma vontade muito acima da média, uma determinação que supera todas as dificuldades. Os gols tomados não chegaram a abater a equipe, que continua bombardeando o gol adversário com ataques de todas as formas. O time articulou jogadas que eu nunca vi, com inspiração que nunca vi em nenhum outro time. Meu time joga tão bem que é difícil entender porque ainda estou perdendo. As jogadas são de Ronaldinho Gaúcho, com o sorriso no rosto. Nenhum abatimento. Nenhuma lamentação. Apenas determinação e a busca incasável pelo gol - que insiste em não vir.
Cada ataque é um sofrimento. Parece que a bola vai entrar, o atacante deixou o zagueiro no chão, está de frente para o gol... "Eu amo meu noivo"... PEGA O GOLEIRO! O time se remonta, o ataque vem de novo. Cruzamento na área, o atacante domina no peito, dá um chapéu no zagueiro, dribla o goleiro, meus lábios perto dos dela... "Não posso"... NA TRAVE!
O jogo continua, e o placar é o mesmo. A derrota parece certa. Não para o meu time, brigador, lutador, esperançoso, habilidoso, competente. Até quando esse time vai acreditar que é possível?
A resposta é simples. Um dito popular se adequa perfeitamente: em futebol, o jogo só termina quando acaba.
quarta-feira, 26 de abril de 2006
Jogo da vida
Quando entrei no jogo - um amistoso sem qualquer pretensão maior do que uma simples partida bem jogada - não esperava ter tanta dificuldade. Não que o adversário fosse totalmente desconhecido, nem que meu time não estivesse preparado. Mas talvez o jogo tenha sido encarado como amistoso, e na verdade era final de Copa do Mundo. Uma competição que eu esperava vencer já há muito tempo - como todos querem.
Quando eu percebi que o jogo era esse, meu time estava jogando com a estratégia errada. Claro! Afinal, ninguém joga a final da Copa do mesmo jeito que jogaria um amistoso. O jogo era de brincadeira, uma pelada daquelas boas de jogar, divertidas e sem preocupações. A única preocupação era machucar algum jogador adversário com uma dividida mais forte - meu time se caracteriza muito pela força de vontade que joga.
O decorrer do jogo mostrou que quem podia sair machucado era o meu time. Mostrou que tínhamos perdido muito tempo achando que o jogo era amistoso, e só depois de perceber que o jogo já estava com placar de 1 x 0 para o adversário o time acordou. Talvez tarde demais.
Aquele adversário era muito mais forte do que se pensava. O time frágil que aparentava antes da partida não era tão frágil assim. Aquele time que se deixou envolver pelo toque de bola preciso do meu time, com ataques rápidos estava preparado.
Consegui alguns bons ataques, é verdade. Lances daqueles de encher os olhos. O ataque triangulava na frente da área adversária como se os jogadores fossem o Raí, Palhinha e Muller daquele São Paulo campeão mundial do início dos anos 90. Tudo parecia bem. Ela parecia seduzida e, mais ainda, conquistada.
De repente o jogo se complicou. O time resolveu que não queria mais assistir esse tipo de jogo. Fechou a defesa, não deixou criar mais nada. E sem que eu percebesse, o jogo estava 2 x 0. Não tinha reparado, mas o jogo tinha começado com esse placar. O primeiro gol foi marcado antes daquela partida: ela tinha ficado noiva. Mas não tinha reparado que não era só isso. O segundo gol foi uma conseqüência inevitável do primeiro: data do casamento marcada.
(continua...)
segunda-feira, 24 de abril de 2006
Espante de vez a timidez
- Domine a sua ansiedade: Quando o seu alvo aparecer, tente relaxar. Comece controlando a sua respiração, inspire e expire bem profundamente.
- Enfrente o seu medo: Lembre-se dessa frase: "Quem não arrisca, não petisca". Aproxime-se aos poucos 'dela' e vá ganhando terreno, assim você vai ganhando mais segurança para uma futura investida.
- Saiba receber e fazer elogios: Não fique sem graça ao receber um elogio, reconheça o seu valor! Elogiar os outros também é importante!
- Pare de esperar o pior: Não alimente pensamentos negativos, principalmente em situações em que você ficar nervoso. Pensar que você é azarado ou que nada vai dar certo só atrapalha, comece a ser mais otimista.
- Deixe de ser perfeccionista: Não tente ser a pessoa mais perfeita do mundo, pois mais cedo ou mais tarde agente acaba deslizando. Mostre a sua paquera suas qualidades e defeitos. Isso evita você a forçar o que não é, tornando seus encontros mais sinceros e autênticos.
- Aprenda a ser rejeitado: Não se obrigue a agradar sempre. Tenha personalidade, se 'ela' não concorda com a sua opinião, não vá mudar pensando que ela vai te deixar. Lembre-se que o medo de ser rejeitado só vai trazer mais inseguranças.
- Ela não é perfeita: Você pode estar criando uma imagem um tanto quanto exagerada da sua paquera. Lembre-se que somos humanos e possuímos defeitos. Saiba definir bem as qualidades e os defeitos, você pode analisar os defeitos dela assim como analisa o seu.
- Encontre o seu próprio estilo: Pare de ficar imitando o jeito de outras pessoas, seja o que você realmente é. As mulheres gostam de homens decididos, seguros e autênticos.
- Olho no olho: Ao conversar com as pessoas, acostume-se a olhar dentro dos olhos delas, a prática desse hábito nos traz mais segurança e respeito por parte das outras pessoas.
- Preste atenção ao resto do mundo: Com certeza você já entrou numa sala lotada e teve a impressão que todo mundo parou de falar para prestar a atenção em você, não é verdade?
- Pessoas tímidas acham-se sempre o centro das atenções e que todos estão sempre reparando suas atitudes. Lembre-se que todos, a grande maioria estão preocupados consigo mesmo. É só prestar mais atenção a tudo que rodeia você.
(Retirado do blog Ossos no Armário)
Pré-jogo
O jogo é contínuo, quase interminável. Quase. O jogo termina exatamente quando acaba minha consciência de senti-lo.
As idas e vindas dessa vida sem rumo certo é um atrativo inigualável. Pense sua vida há cinco anos atrás. Como você acharia que está, e como você efetivamente está?
Ah, sabe aquela garota, inesquecível, o amor que você tanto chorou naquela noite interminável? Pois é, passou. Aliás, você ainda pensa como foi querer jogar naquele gramado, belo como um gramado inglês, mas chato quanto o futebol árabe - que me perdoem os jogadores de turbante.
O jogo seguiu. Passamos de clubes pequenos e campeonatos regionais a clubes grande, com uma torcida exigente e um técnico que te cobra todos os dias por resultados cada vez melhores. Isso sem contar as maria chuteiras, os colegas que não te passam a bola, os que te sacaneiam com o treinador, os dirigentes que te roubam...
Mas o seu telento prevaleceu. Neste jogo, você já participou de campeonatos importantes, e está cotado para subir mais e mais. A Copa do Mundo é o objetivo de todos os corações do mundo, mas estar lá é só para aqueles que têm talento reconhecido, determinação e, claro, um pouco de sorte, que nunca fez mal a ninguém.
Nas vitórias e derrotas, o aprendizado existe. Dizem que as derrotas ensinam mais do que as vitórias. Talvez seja por isso que essa final de Copa do Brasil, que você perdeu no último minuto, tenha doído tanto. Ainda dói na verdade. Mas é ela que te dá motivação diária para a conquista de algo maior. Que veio, cinco anos depois. A Copa Libertadores é um sonho de quase todos os clubes, e você chegou lá.
O jogo segue, agora com mais responsabilidade. Afinal, quem é campeão cria uma expectativa maior sobre si mesmo. A cobrança - interna e externa - é enorme. E aquela moça dos olhos azuis não para de olhar para você. O jogo está pra começar. Concentre-se, e parta para mais uma vitória.
Bom jogo a todos.
Priiiiiiiiiiiiiiii!
Apita o árbitro, está iniciada a partida!