sexta-feira, 1 de junho de 2007

Olá enfermeira

Depois de passar a semana toda acordando muito cedo e dormindo tarde - como, aliás, é a minha rotina -, sexta parece o pior dia da semana. O peso das noites mal dormidas é maior, o cansaço físico e mental é maior, a paciência, inversamente proporcional aos dois itens anteriores, é menor.

Eis que entro na lotação e lá está ela. Sempre com sua calça branca e blusa azul - olá enfermeira, penso. Cabelos bem pretos, um pouco para baixo dos ombros. Pele branquinha, batom sempre com alto contraste. Traços delicados, magra, parece uma boneca de porcelana.

Vez por outra nos encontramos. De vez em quando, ainda ganho um sorriso espontâneo por ser cavalheiro e deixá-la descer primeiro quando chegamos ao destino.

Um sorriso. Um simples sorriso. E ela consegue dar uma dose de alegria no meu dia. O sol parece obedecê-la e mandar o dia nascer, só para combinar com o brilho do seu sorriso.

Nos últimos dois dias, tive o privilégio de encontrá-la. Um deles, inclusive, sentei ao seu lado. Ao pedir licença, vi seus olhos fitando nos meus e sorrindo: "toda". Gestos simples, que parecem fazer toda diferença. Se ela soubesse o quanto aquele sorriso faz bem para o meu dia, poderia mostrá-lo muito mais vezes.

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