sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cartas Reais, final

Não sei como te chamar. Então, vou dizer simplesmente você.



Não sei o que aconteceu. Talvez o encanto tenha se quebrado. Ao pensar uma razão, diria que não sei por que. Pensando mais, diria que por sua frieza. Ela chega a ser assustadora. Mas vai além disso. Tem o outro. Ou melhor, tem ele. Talvez ele seja o principal - e acredito que foi isso que te tornou ainda mais distante.



A intensidade foi enorme, mas o tempo foi curto. Demorou pouco para sair de foco, ir para o canto, tornar-se marginal. Não é fundamental. Apenas seria bom. Muito bom. Acredito até que se tornaria inesquecível. Mas não foi. Arriscaria dizer que não será, mas Fiona Apple me corrigiu quando pensei isso. Ela diz: "Never is a promise that you can't afford to life". Ela tem razão. Nunca é um tempo que não existe.

Se o fim não é para sempre, é um fim. O fim dessas cartas que você provavelmente não lerá. É o fim de um conjunto de sentimentos e algumas palavras. Eu gosto de pensar que todo final é um novo começo. Assim espero.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Cartas Reais, 2

Querida,

Insisto em te chamar de querida, porque é assim que sinto você. Ainda que tenhamos ficado afastados nas conversas, que não tenhamos mais ficados próximos um do outro, que eu não tenha sentido mais o calor das suas mãos. Ainda assim, você é muito querida por mim.

Por razões que eu não sei explicar, sinto-me bem quando te vejo, te ouço. Sua frieza quando nos falamos algumas vezes me congelou. Não conseguia ver uma palavra amistosa, ainda que você nunca tenha deixado de ser educada. Você parecia estar do outro lado do oceano.

A verdade é que fiquei frágil quando descobri o quanto gosto de você. Só via a fortaleza ao seu redor e perdi os seus olhos te vista, que não me fitavam mais.

A tua frieza unida à minha timidez me impediram de te dizer tudo que eu queria. Me impediram de dizer o quanto você mexe comigo, o quanto seu sorriso me faz feliz, o quanto sonhei com o nosso primeiro beijo.

Nossa distância, ainda que apenas emocional, acabou sendo boa. Pude colocar meus pensamentos em ordem e o sentimento por você pode amadurecer. Deixou aquela sensação de ímpeto para traz, mas ainda faz meu coração explodir no peito quando te vê. Vejo você nos meus sonhos, imaginando você nos meus braços...

Talvez o tempo tenha nos reaproximado um pouco, talvez eu mesmo tenha ficado mais perto, talvez você tenha me olhado com mais carinho. Fato é que você continua linda, sua pele continua macia cada vez que eu a toco, seu sorriso cheio de mistérios continua me seduzindo em cada sonho que toco nos seus lábios...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cartas Reais

Querida,

A idéia dessa carta surgiu depois da minha angústia por não ter te falado tudo que pensei. Não falei porque não achei que era necessário. Achei que meus olhares, minha voz, meus gestos e todas as vezes que eu peguei na sua mão tivessem sido suficientes. Fiquei agoniado quando vi que não foi e as palavras ficaram engasgadas na minha boca, explodindo no meu peito.

Sinto sua falta. Falta das nossas conversas, da proximidade, do calor das suas mãos. Sinto falta do seu sorriso...

Queria que aquela nossa dança não tivesse terminado. Queria estar com você, sentir seu perfume, tocar seu rosto, ouvir sua voz, te abraçar pela cintura e sentir meu coração pular para o seu peito. Depois daquela dança, você esteve tão distante... A nossa conversa sobre teatro me esquentou o coração, você provavelmente não sabe o quanto me fez bem. Te senti um pouco mais perto...

O clima de romance domina o nosso ambiente, você já reparou? Alguns casais se desenhavam há tempos. E um deles, adivinhe, somos nós. Os casais estão se consolidando cada vez mais, mas nós continuamos distantes.

Naquela noite, fiquei sem entender o que fez seus lábios ficarem tão distantes dos meus. Estivemos tão perto um do outro... Achei até que talvez fosse falha minha. Achei que devia ter falado todas as palavras que eu não disse, ao invés de tentar te conquistar com meus olhos, minhas mãos, minha proximidade.

Mas hoje você me mostrou a razão. E foi da pior forma possível. Quando você chegou na nossa roda de violões, músicas românticas e com casais se formando, você foi para os braços de outra pessoa. Me fez sentir o golpe frio da espada cortando meu peito quando o beijou.

Era ele. Foi por ele que você se esquivou de mim. Ele é primo de uma grande amiga sua. Mais do que tudo isso, o que me assusta é talvez você simplesmente não querer experimentar de toda paixão que guardo para você. Você só querer ele...

O Sonho de Valsa que eu levei só para você ficou guardado. Sou um romântico incurável e sei que pode parecer bobo. Queria poder olhar seu rosto e sentir seu sorriso esquentar meu peito... Queria dizer que você me faz bem, que seu jeito simples me encanta. Adoraria te dizer que você é linda, que você me faz sonhar.

Há uma semana, tinha certeza que teríamos o nosso primeiro beijo. Hoje, não sei nem se ele vai acontecer algum dia...

Com carinho,

....

domingo, 21 de setembro de 2008

O gelo que não quebrou

Foto: duchesssa
Antes, era apenas uma festa, onde certamente beberia com os amigos, dançaria, enfim, diversão. Até a despedida de quinta, quando ela, segurando minha mão, perguntou se eu ia. Respondi que sim e ela disse que também iria. Uma sensação gostosa de satisfação pela boa surpresa me dominou da cabeça aos pés. Seria muito melhor do que eu tinha pensado.

Veio o dia seguinte, a correria, tarefas intermináveis até mais de dez da noite. Era hora de irmos. Amigos todos juntos, enchemos o carro e fomos ao encontro dos demais, na casa de um deles - onde ela ainda se arrumaria e ficaria ainda mais linda.

"Qual batom?", ela perguntou, olhando para mim através do espelho que estava na nossa frente enquanto lavava meu rosto. "Rosa", disse, olhando um dos dois que ela tinha na mãos. Estava encantado com a beleza e a presença dela.

Éramos só os dois ali, um ao lado do outro, eu encantado com os olhos, a pele, a boca, o cabelo, o sorriso, a voz... Talvez por isso eu não tivesse a velocidade de raciocínio para dar respostas menos óbvias. Sentia que tinha tudo para ser aquele o dia que ficaríamos juntos pela primeira vez.

Na festa, fomos pegar bebidas juntos. Peguei na mão dela e ela não fez nenhuma questão de soltar. Parecia bom sinal. Depois, nos separamos por alguns minutos, até nos reencontrarmos novamente. Mais algumas tentativas de aproximação, quase sem palavras... Não sabia o que dizer.
Foto: Exian
Juntos, mas ainda separados...

Dança, dança, dança. Dançamos juntos. Bem juntos. Beijos no pescoço dela e parecia que o beijo finalmente sairia...

Mas não saiu. E se me perguntarem por que, eu direi: não sei. Eu queria, eu achei que ela queria, nós dançávamos juntos, nossas bocas estavam tão perto... O que faltou?

Ao nosso lado, uma situação quase idêntica: um amigo dançava com outra amiga, mas o beijo ali também não saía.

Eu não consegui dizer a ela o quanto a queria. Tentava olhar nos olhos dela, que nunca se encontravam com os meus... Estávamos abraçados, dançando juntos, mas o beijo não acontecia. Não sabia o que fazer.

A música mudou, nos separamos de novo. Algum tempo depois, duas mulheres estavam dançando perto de nós. Uma se aproximou dançando grudada em um dos nossos amigos - que parecia não querer ela por perto.

Ela pouco a pouco foi se deslocando para minha direção, junto com outra menina. Começaram a se aproximar tanto que não tive pra onde fugir. Se esfregavam em mim, enquanto eu procurava por quem eu queria, por quem

As duas se esfregavam Uma dela tentou me beijar. "Deixa eu te beijar", ela me disse, depois de algumas tentativas frustradas de aproximar a boca da minha. "É melhor não", eu respondi. Não queria mais ninguém. Só queria uma. Se não fosse ela, não queria mais ninguém aquela noite.

Na despedida, ela beijou meu rosto. Olhando para ela, com aqueles olhos me fitando, disse: "você está linda..."

A noite que tinha tudo para ser a primeira junto acabou só com mais expectativa. Como bem disse o grande amigo que passou pela mesma situação (lembra da cena da dança? Era ele), não adianta pensar no que poderia ter feito - embora seja inevitável pensar nela...

O que sobrou foi a lembrança dela, do sorriso, dos momentos de mãos dadas, da dança... E da expectativa pelo beijo, que continua intensa...

domingo, 24 de agosto de 2008

Disputa silenciosa

O tempo passava, já era noite, e o trabalho não acabava. Cada vez mais tarde, o relógio parecia gritar que já era hora de ir. Aquela angústia do "não vai dar tempo" me dominava. Sabendo que eu demoraria um tempão para ir para casa, me arrumar e depois ir à festa, só pensava em ir embora.

Entre idas e vindas, banho correndo, corrida contra o relógio - qualquer vacilo e eu perderia a chance de ir, porque o relógio já marcava mais de 11 horas da noite. No fim, com correria e tudo, cheguei ao local.

Noite de festa. As pessoas arrumadas, perfumadas, prontas para uma noite que prometia muita diversão. Luzes, bebida, luzes, mais bebida. E de repente, um beijo nos surpreende. Eu sabia quem era e senti uma ponta de inveja. Tinha pensado em ficar com ela, a idéia ainda estava na minha cabeça quando vi a cena. Mas a festa continua.

E com vários bons momentos. Músicas, risadas, amigos, performances - com músicas que nos faziam lembrar momentos da infância e adolescência. Um banho de diversão.

E no meio do pisca pisca de luzes, da música alta, da dança meio desengonçada, ela aparece do meu lado. Sorri para mim, enquanto dançamos. Talvez o sorriso fosse mais pelo momento do que para mim, especificamente, mas não importava.

A dança nos aproximou, nosso quadris encontraram-se, meus braços a envolveram, senti seu sorriso mais perto... Suave, porém rapidamente, ela fez um movimento que a fez sair de perto de mim e voltar aos braços de quem ela tinha beijado.

Não tinha percebido, mas ela não saíra de perto dele - esse momento perto de mim foi uma exceção, observada por ele, inclusive. Senti ali um olhar de disputa, onde ele saía vencedor - o que, para mim, sempre foi difícil de engolir, mesmo tendo acontecido muito mais vezes do que o sucesso.

A festa passou. O desejo parecia que tinha ficado por lá também. Passou por um momento incólume. Aos poucos, porém, ela foi emergindo. Passou por uma intensidade quase incontrolável, fruto das conversas que se seguiram, cada vez mais freqüentes - e cada vez melhores.

Vi, então, aquela figura que a tinha beijado. Primo de alguém de nossa sala, vinha sempre para vê-la. A princípio, me pareceu que era apenas uma coincidência, mas a freqüencia começou a mostrar que não. Nunca mais os vi juntos, nem beijos, nem mãos dadas, mas a presença dele ali, de vez em quando, queria dizer algo.

Os dias se seguem, até que vem outra festa, mas dessa vez só entre amigos próximos, colegas de sala. Bebidas, risadas, música, dança e alegria. A proximidade dos nossos corpos se repetiu. Pareceu quase certo.

Cheguei a ouvir o "vai fundo" assim que ela se ausentou por poucos minutos. Ela voltava, nos abraçávamos para fotos, nossas mão se uniam por alguns segundos. O magnetismo de nossos corpos nos faziam ficar perto a noite toda.

No fim, nada além dos olhares, dos rostos próximos, dos abraços pela cintura. Mas ainda teria tempo...

Com o tempo passando, poucas foram as chances que surgiram como aquela. Mas o dia-a-dia de convívio foi trazendo boas surpresas, proximidade, palavras, interação, mãos próximas, sorrisos...

Mas a disputa voltou à tona, quando nos encontramos virtualmente, sempre através dela. E quando voltei a vê-lo ir visitá-la.

Chegamos a conversar várias vezes sobre vários assuntos - ele é uma pessoa inteligente e eu não sabia o que esperar dali. Fato é que a disputa, ainda que silenciosa, continuava.

E a cada novo capítulo, o jogo parece mais confuso. Se ganho pontos de um lado, vejo ela perto dele por outro. E só ela sabe para que lado a balança pesa - até porque eu não sabia o que acontece do lado de lá. Talvez nem quisesse saber...

Ela sabia que essa disputa acontecia. Desde a noite da festa, ela já tinha percebido. E certamente sabe que existia alguma disputa...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Conto: o dia em que a namorada sumiu

Na quinta-feira à noite, todos do escritório se preparavam para sair. Seria uma noite cheia, pois nessa data se comemoraria o dia dos namorados. Mas Cleber só pensava no domingo anterior. Foi nesse dia que ele viu Suzana pela última vez.

Os detalhes ainda estão frescos em sua memória. Discutiram superficialmente sobre o fato da Suzana, ao estar dirigindo, não pegou a saída da via expressa e que teriam de contornar por um longo e tortuoso caminho, de volta para casa. A discussão foi áspera, mas brevemente esquecida. Fizeram amor naquela noite e se despediram com sorrisos no rosto.

Na segunda-feira, não se falaram. Cleber esteve ocupado o dia inteiro e só voltou para casa à tempo de dormir. Antes de pregar os olhos, porém, escreveu uma mensagem para o celular da companheira de como a noite anterior tinha sido boa.

Não havia resposta dela no dia seguinte. E assim permaneceu. Cleber decidiu ligar para Suzana, mas pôde apenas ouvir o telefone chamando até a linha cair. Tentou repetidas vezes, mas prevalecia o monótono tom de lá intercalado de silêncio.

Dúvidas mortais afligem Cleber. Será que ela foi sequestrada? Fugiu? Seria ele tão assim insuportável a ponto de alguém simplesmente fugir? Estaria ele sufocando e a impedindo de viver plenamente, de acordo com sua alma e natureza?

Silêncio. Hoje, no dias dos namorados, muito estão felizes, alguns indiferentes e outros desesperados. Cleber está vazio. Sua mente revisita cada segundo de convivência com Suzana, em busca de pistas sobre o seu desaparecimento. Saindo do escritório, Cleber caminha para o carro e encontra as flores, o porta-retrato e o DVD que comprara. Dirige instintivamente e logo se percebe parado em frente ao prédio dela.

Toca o interfone e aguarda 15 minutos. Quando vira-se para ir ao carro, uma voz feminina, eletronicamente modificada o chama. Não é a voz de Suzana.

"Desculpe, mas eu te vi pela janela". Cleber levanta o rosto e vê uma silhueta em uma janela acesa. e logo depois completa: "Pode subir".


quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sedução, em duas visões

Não há jogo mais interessante que o da sedução. Essa relação que envolve mistério, sorrisos, pequenos gestos, roupas, olhos, boca, pele, palavras em uma combinação que não tem fórmula. É inevitável que cada um olhe de uma forma uma mesma situação, ainda mais quando é algo que envolve a sedução silenciosa.

Sedução silenciosa é aquela que nenhum dos lados levanta a bandeira da conquista, mostrando claramente suas intenções. É um jogo de olhares, palavras que tangenciam a sedução pelo tom de voz e pelo jeito de falar mais do que pelo seu conteúdo e pequenos gestos. Não sa sabe bem o que se passa na cabeça do outro e o jogo é sempre recheado de mistério.

Festa é sempre bom. Bebida, amigos, risadas. E conversas aqui e ali, sorrisos aqui e ali, comentários com amigos. Sentei ao lado de uma bela menina, que sempre me chama muito a atenção e com quem sempre tenho ótimas conversas. Ela pareceu feliz. Sorria enquanto falávamos e acabamos ficando um bom tempo ao lado um do outro, enquanto conversávamos com outras pessoas, tirávamos fotos e jogávamos o sempre interessante "Eu nunca".

Até que eu ouvi um comentário dizendo "ah, vai pegar, hein!" (masculino, claro). Dei risada e levei na brincadeira, para esconder que fiquei encabulado.

Eis que me surpreende um comentário, alguns dias depois, me dizendo que eu "dei pra trás". Não entendi direito e me revelaram algo que me surpreendeu mais ainda: ela tinha dado em cima de mim e eu não fiquei com ela. Fiquei surpreso porque, na minha visão, tinha sido uma paquera discreta, sutil, quase imperceptível. E se alguém tinha dado em cima, eu achei que esse alguém seria eu.

Também não esqueço que minha irmã sempre diz que eu não consigo perceber quando uma mulher me paquera. Talvez tenha acontecido isso mesmo, mas eu não consigo enxergar isso nem quando eu resgato as imagens na memória. Mas quem vê de fora, sempre vê diferente. Mas confesso que foi divertido relembrar tudo que aconteceu com o olhar que me contaram.

terça-feira, 6 de maio de 2008

A elegância e sensualidade do frio

Ah, o frio! Começou a nos acompanhar em São Paulo desde quarta-feira, véspera de feriado. Particularmente, eu gosto desse clima mais frio. Gosto porque percebo que as mulheres, especialmente, passam a se vestir ainda melhor.

Mais do que se vestir melhor, as mulheres conseguem ser mais sedutoras no frio do que no calor. Talvez porque o calor exija menos roupa e isso, por si só, exerça um poder de sedução.

No frio, as mulheres podem mostrar menos o corpo. Talvez, então, seja por isso que as mulheres ficam mais sedutoras. Capricham mais na maquiagem, nos acessórios, nas roupas. Vejo muito mais mulheres sedutoras no frio.

Não tenho a menor dúvida que isso tem muito a ver com a minha preferência pela combinação deliciosamente sedutora de botas e meia-calça. Às vezes até com saia, já que a meia proteje do frio. Uma combinação dessa é uma mistura intensa de beleza e sedução.

Que o frio dure muito para poder admirar o que as elegantes moças nos oferecem ao olhar...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

As mulheres reclamam...

... da falta de homens!

Fiquei bastante surpreso. Em menos de um mês, três amigas me confidenciaram que sofrem na busca de um parceiro decente. E, ao comentar essa história com outras pessoas, recebi outras informações similares das amigas das amigas. E são todas lindas, inteligentes e grandes companheiras.

Aparentemente, essa revelação súbita revela que há desilusões amorosas em ambos sexos. Pessoas que não correspondem às expectativas, que não têm os mesmos desejos ou que simplesmente vivem momentos distintos da vida.

Tá, mas qual é a grande surpresa? Na verdade, foi a revelação complementar de que, sim, sobram homens, mas faltam homens decentes. Epa! Como assim? Para um blog que fala sobre jogos de conquistas, paixões ou paixonites, trata-se de um sinal preocupante. O que nós, homens, estamos fazendo de errado? Ou as melhores mulheres do cenário se tornaram mais exigentes?

Essas pessoas que me confessaram suas aflições também me perguntaram onde poderiam conhecer gente interessante. Como se lá eu soubesse a resposta. Infelizmente, não obtive uma descrição fiel do que é um homem "decente" que eu pudesse compartilhar com os pobres mortais do sexo masculino. Mas a verdade é que se sentem carentes. E a culpa é nossa, acreditem ou não.

PS: Aos curiosos que querem saber quem são tais garotas, saibam que sou um péssimo cupido.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Olá Enfermeira, parte 3

Nos encontrávamos quase todos os dias, e como passamos a conversar, começamos a trocar mais do que sorrisos e gentilezas. Era conversas dos mais variados tipos, o que foi nos aproximando cada vez mais.

Mas eu lembro bem do dia que eu a vi, mas ela estava sentada ao lado de um outro cara, conversando. Cumprimentei-a, sorrimos, mas fiquei separado dela. Sentei no banco bem à frente dela, o que me permitiu ouvir grande parte da conversa dos dois.

Conversa vai, conversa vem, ouvi o rapaz do lado dela comentar sobre a viagem que ela fez pela Europa nas férias, sobre as amigas, os amigos em comum - o que me leva a crer que se conhecem há tempos, talvez da escola - e sobre o... namorado.

Namorado?

Fiquei mais atento ainda. Ela não tocou mais no assunto.

Começamos a nos falar também pela internet, pelo msn e orkut. Passei a elogiá-la com mais freqüencia, já que tinha perdido parte da vergonha que segurava minhas palavras no começo. Ela, modesta, sempre dizia "só você mesmo..."

Foi lá no orkut também que confirmei: ela namorava mesmo. E pelo jeito, há bastante tempo. Tem até fotos dos dois.

É claro que foi uma decepção. Mas, por outro lado, sou bastante observador. Não nos falamos mais com tanta freqüência, mas pude perceber que ela mudou o "status" do relacionamento de "casada" para "namorando". Não significa muito, aparentemente. Mas juntando isso ao fato de ela, vez por outra, vir me deixar recado, me perguntando como estou e dizendo que sente minha falta nas manhãs que vai ao trabalho, temos um quadro possível de esperança...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O brilho da Lua

A suavidade daquele sorriso me despertou curiosidade. A alegria radiante do seu semblante me levou a vê-la mais de perto. Descobri, então, que era uma idealista. Estuda Serviço Social. Uma mulher de beleza deliciosa, delicadamente magra.

As minhas palavras despertaram a curiosidade dela também. Respondeu com palavras doces, que eu vi se repetirem algumas vezes. As conversas no msn intensificaram-se, a simpatia dela contagiava, sua inteligência e beleza formavam uma dupla incrivelmente sedutora.

O rosto delicado e o corpo magro eram de uma menina, quase adolescente. A inteligência e a sutil malícia eram de uma mulher de 25. A conversa frente a frente, com os rostos próximos e as bocas perigosamente próximas, criaram uma atmosfera de encanto. Encanto pela beleza, pelo sorriso, pela delicadeza, pela sedução.

O primeiro encontro foi das nossas mentes. Um mudeu, novo, belo, interessante. Um apreciador da história como eu se farta em um lugar como aquele. O seu sorriso era extremamente atraente, eu tinha vontade de pegá-la pela cintura e fazer dela minha. Mas esperei. Quis deixar que as coisas acontecessem a seu tempo. Minha atitude, em casos semelhantes, teria sido de partir para um ataque de uma vez, vencendo a timidez e solidificado na auto-confiança.

Com um cenário contraditoriamente belo e terrível, a estação Julio Prestes, nos conhecemos melhor, falamos de política, problemas sociais. Aqueles lábios eram um desejo meu, e sabia que ia realizá-lo.

Nos despedimos, esperei que ela fosse para ir embora também. Deixei, maliciosamente, tudo para o segundo encontro, que eu sabia que aconteceria. Aquele certo mistério, que sempre faz bem... Aquele jogo estava apenas começando.