quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Olá Enfermeira, parte 2

Já há algum tempo que eu a cumprimento todos os dias. Um "bom dia" que nos habitamos a trocar por nos vermos muitas vezes durante a semana.

A primeira lembrança que eu tenho de termos nos falado com os olhos foi quando eu abri espaço para que ela passasse antes de mim - um ato de cavalheirismo, mas que sempre foi muito natural para mim, pela criação que tive. E foi quando ela abriu um sorriso capaz de fazer um dia inteiro feliz, mesmo com uma dose de bem poucos segundos.

Daí em diante, passou a ser comum nós trocarmos gentilezas - eu deixando-a passar antes, e ela me dando aquele sorriso lindo. Foi depois de algum tempo que começamos a trocar "bom dia" - o que eu diria que é uma "evolução natural".

Já neste estágio de desenvolvimento, entrei no ônibus e lá estava ela: roupa predominantemente branca com detalhes em azul, que identifica o hospital onde ela trabalha.

O lugar ao lado dela estava vazio. Não titubeei em sentar ao seu lado. E conversamos. Pela primeira vez, tivemos uma conversa além dos "bom dias" e dos sorrisos. E ela, claro, mostrou que é encantadora não só na beleza e no sorriso, mas em tudo. Fiquei com vontade de dizer a ela que aquele sorriso simples e tão bonito que me dava me fazia um bem incrível.

Nosso assunto foi vestibular. Ela me contou que era formada em enfermagem, que já tinha uma especialização e pensava em fazer uma pós-graduação. E contou ainda que fez vestibular em 2001 - o mesmo ano que eu, o que me leva a crer que temos a mesma idade.

Nos despedimos com um beijo no rosto, com aquela pele branquinha e macia encostando pela primeira vez no meu rosto. Agora, é esperar pela próxima vez que nos encontrarmos...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

O santo remédio

Fui necauteado hoje. O ar seco que colocou a cidade de São Paulo em estado de emergência tentou e tentou até conseguir me derrubar. Somando a minha rinite, o saldo é bem desagradável. Nariz entupido a noite inteira e péssimas condições para trabalhar no dia seguinte.

Resultado: passo o dia em casa, causando prejuízos ao meu empregador e à economia brasileira. Minha avó, hospedada em casa, ativa todo o seu repertório para tratar resfriado, gripes e afins. Haja gemada, remédios e anti-congestionante.

Eis que, ao fim do dia, surge ela. Carinhosa, receptiva, cuidadora, dengosa. Descobri o que é ser mimado.

De todos os remédios e tratamentos, nenhum me revigorou mais do que ela.

sábado, 8 de setembro de 2007

Paranóia

A questão é: mulher atrapalha. Não sempre, não em tudo, claro. Mas atrapalha. Nesse momento que eu preciso de tempo - em falta - e concentração, tudo que eu não preciso é de alguém que me cobre mais atenção, mais dedicação, mais TEMPO, enfim.

A culpa é minha também, é claro. Deixo acontecer, sou negligente com algumas das consequências (OBS: diz que agora não tem trema mais, então não uso... Mas é estranho!). Deixo que tudo flua demais por si só, acredito que as coisas devem acontecer naturalmente quando se trata de relacionamentos, porque de planejamento já basta o trabalho, os estudos, a vida como um todo.

Mas eu insisto. Insisto em algo que eu sei que não vai dar certo. Insisto em querer dar chance ao que só vai me dar uma coisa: menos tempo. Há de se considerar que eu tornei-me um studentholic, como citou uma reportagem da Folha. Isto pesa, porque tudo me faz crer que eu estou perdendo tempo - a não ser quando eu estou efetivamente estudando.

Ok, ok, talvez eu esteja um tanto paranóico. I think I'm paranoid, diria o Garbage.