quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Pénabundeando

Preciso confessar uma coisa: sou virgem em pés-na-bunda, ou melhor, era. Já levei incontáveis, mais do que gostaria de admitir. Entretanto, pela primeira vez fui - metaforicamente falando - o agente ativo da oração.

Existe algo muito difícil na vida social moderna: conhecer e arranjar um pretendente. As relações tendem a serem fúteis e efêmeras, com poucos significados e deixando poucas saudades. Não é nem bom nem ruim, apenas é. Difícil, mas não impossível. Algumas dessas relações sobrevivem e se prendem por mais tempo que o planejado - como se tudo fosse combinado.

Entretanto, ainda mais difícil do que achar certas pessoas é se livrar de algumas delas. Principalmente se a pessoa dona das nádegas-alvo não fez nada de errado. O primeiro desafio é descobrir se você realmente quer acabar com tudo e chutar o balde, isso é, a bunda. Isso é particularmente complicado, pois a relação não precisa estar totalmente ruim. Ainda podem existir muitas coisas boas que, supostamente, seriam motivos suficientes para manter intacta a área onde acaba as costas . Nesses momentos, é comum fraquejar. Mas não se pensa em terminar tudo levianamente. Dignidade em primeiro lugar. Ou não.

Firme e decidido, o próximo passo é a abordagem. Sincero ou conveniente? Simples ou complicado? O mundo definitivamente seria um lugar mais fácil se fosse como um band-aid. Mas ser direto é complicado, principalmente se sua bunda já foi alvo diversas vezes e sabe-se que aquilo não é confortável, por mais popozudo que se seja. Tenho coração mole - ou bunda-mole - e frequentemente me coloco no lugar da vítima. Síndrome de Pequenópolis.

A etapa seguinte é "pós-pénabundada". Envolve direta e proporcionalmente o grau de afeto que a vítima tinha pelo algoz de seus quadris. Ouve-se constantemente frases do tipo "o que eu fiz de errado?" ou "não vou fazer isso de novo" e "vamos tentar outra vez, juro que será melhor". Há um risco considerável de voltar ao primeiro desafio ali no terceiro parágrafo desse texto que te enche a paciência.

É um certo alívio, pero no mucho. Não consigo ficar plenamente satisfeito sabendo que há agora um coração partido por minha causa - na pior das hipóteses, um profundo desejo de vingança eterna. Mas está feito. Se há uma lição de moral nisso tudo é que não há volta. Só resta vagabundear por aí à procura de mais uma relação fútil e efêmera.

2 comentários:

Patty Marie Jones disse...

Não sei se é necessário um "por que" pra vc largar alguém. Mesmo pq, a questão não é ter algo de errado ou não. A questão é você e a pessoa em questão combinarem.

A partir do momento em que percebeu q não dá mais, q se está infeliz, o melhor é largar.

E o fato de vc ter dado o pé não significa q vc é melhor, por isso não precisa se sentir tão culpado. Abrir mão da pessoa pra q ela conheça alguém q goste dela de verdade tb é um ato nobre.

ok... será q isso foi um conmentário-cabeça ou auto-indulgente? rsrs

Bjinhs

TeTe disse...

Não se preocupe: dar ou levar um pé na bunda é igual andar pra frente. Não será a última vez. Com o tempo, a gente se aperfeiçoa.

Boa sorte, hehehe!