terça-feira, 30 de maio de 2006

nutrição amorosa

Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho
Vivo tranqüilo, a liberdade é quem me faz carinho
"Satisfeito", Marisa Monte
Se aproxima o dia dos namorados. Data comercial ou não, desperta reações diversas nas pessoas. Percebi hoje, ao conversar com um amigo, um importante dado sobre relacionamentos que, mais uma vez, a Biologia explica:
  • seres heterótrofos: Dependem de um dos elementos de um relacionamento para processar o que chamamos de satisfação. As reações que ocorrem para a produção desta sensação são muitas, mas com uma característica comum: são necessariamente dependentes de uma dessas reações. Alguns precisam se sentir amados; outros, apenas amar alguém. Alguns precisam se sentir completos com alguém, outros, é uma questão social - politicamente incorreto e não assumido, mas bastante presente na espécie humana.
  • seres autótrofos: são os citados por Marisa Monte (em música escrita em parceria da cantora com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes). Não dependem de ninguém: produzem, dentro de si, a substância satisfação. Utilizam elementos do relacionamento para produzir a satisfação, mas não depende dele. Não se incomoda, em nenhum aspecto, com o fato de estar sozinho. Auto-suficiente, em suma.

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Emocionalmente burro

- Como você pôde olhar descaradamente para aquela rapariga da namorada do Andervaldo??
- Êita! Tá maluca??
- Não mude de assunto!
- Mas, querida, não sei do que você está falando...
- Larga de ser safado! Todo mundo percebeu!
- Mas eu não est...
- E ela ficou olhando pra você a festa inteira!
- Nem reparei! Tava secando a garrafa de whisky com a turma do baralho...
- Sei... sei... contando as piadinhas sujas para impressionar a guria... Acha que eu não te conheço? Foi assim que começou comigo!
- Você está doida! Você disse que te conquistei na noite que te dei carona pra casa depois que todas suas amigas foram embora...
- Aquilo foi pra romantizar... Romantizar, está entendendo?
- Uai... Não tenho culpa se ela ficou me olhando... Só tenho olhos pra você, meu amor...
- Claro! Rindo alto daquele jeito e derramando bebida no tapete da Suzete...
- Mas, querida...
- E quem fica limpando depois? Pedindo desculpas por seu comportamento? Quem fica esperando você para conversar, dar um beijinho e...
- Humm..
- Quê??
- Você está com ciúmes!
- Eu???
- É... se sente carente...
- Hah! Essa é ótima!
- Pois é verdade... Estava me divertindo com meus velhos amigos enquanto as moças ficavam botando defeitos em seus namorados...
- Não é bem assim...
- Meus amigos não dão atenção às namoradas como eu dou à você... Lembra da nossa viagem no mês passado?
- Sim, mas...
- Dos presentes caros que te comprei no seu aniversário...
- Aham...
- Daquela noite fantástica no motel no último fim de semana?
- Hihi... Pára, seu bobo!
- Alguma de suas amigas tem um namorado que sabe a sua flor favorita? Sua comida favorita? E ainda aprende a cozinhá-la?
- Você queima tudo...
- Mas faço por você...
- Tem razão, querido... Me desculpe, exagerei, né?
- Só um pouco... Além do mais, você é muito mais bonita que a namorada do Andervaldo...
- Ahá! Sabia que tinha olhado pra ela!!
- Ops...

amor virulento

ciclo lítico: após injetar a paixão no coração da vítima, passa a controlar o seu comportamento e o faz produzir somente atitudes que a beneficiam. Com a produção destas atitudes, rompe a vítima de dentro pra fora, deixando destruído o coração hospedeiro. É normalmente usado quando a vítima reage contra o vírus, mostrando força para destruí-lo, ou quando é fraco demais, e não trará nenhum benefício.

ciclo lisogênico: após injetar a paixão virulenta, esta se une com a paixão hospedeira, e dão início ao processo de reprodução através da divisão. Compartilham decisões, sentimentos, caminhos, noites, desejos e muito mais. Se reproduzem através da disseminação de cada um, o que torna o vírus mais forte. Este ciclo é mais usado quando o vírus de adapta ao hospedeiro, e este lhe oferece condições favoráveis - sem ser muito fraco e não reagir, e ser ser forte demais, a ponto de destruí-lo.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

dor de cabeça científica

Agência FAPESP - Com o tempo, dormir pouco, além de uma série de outros problemas, pode deixar a mulher mais gorda. A conclusão é de um estudo realizado nos Estados Unidos e apresentado nesta terça-feira (23/5) na Conferência Internacional da Sociedade Torácica Norte-Americana.
Imaginem o diálogo. O marido chega, com aquele apetite de quem trabalhou o dia inteiro com um bando de homens, louco pra encher sua mulher de beijos. Em vez da dor de cabeça, ela vai dizer:
Meu bem, eu tenho que dormir... Você não quer que eu engorde não é?!

1ª Lei da Inércia

Toda pessoa solteira tende a parmanecer solteira.

Toda pessoa comprometida tende a permanecer comprometida.

terça-feira, 23 de maio de 2006

paradoxos do cotidiano

uma pessoa que é altamente comprometida com uma alguém que ela diz amar e querer envelhecer junto, com quem vai se casar em poucos meses, te diz:
"eu te amo"

segunda-feira, 22 de maio de 2006

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Impossível ou apenas muito difícil?

Agora o jogo tinha tempo para terminar. Aliás, pouco tempo. O placar marca 2 x 0, e meu time já fez todas as jogadas do seu repertório, sem sucesso. Os poucos ataques bem sucedidos não acabaram em gol. Envolvi a defesa adversária, conquistei o interesse dela. Contra ataquei tão rápido, que consegui passar a forte linha defensiva e ganhar alguns beijos. Jogadas com uma intensidade daquela seleção brasileira de 1982, com Zico, Sócrates e Falcão. Ali, com aquelas jogadas, aquele time, me senti como todo brasileiro na Copa de 82: a taça é nossa.

Eis que surge a Azzura. O jogo está 2 x 0, meu time é melhor, mas não consigo sequer empatar o jogo. O casamento tá marcado, e se aproxima a cada dia. O terceiro gol - o casamento em si - parece só uma questão de tempo. Minha defesa não parece capaz de deter esses contra ataques fulminantes, e com hora marcada.

Incrivelmente, meu time luta. Luta com aquela vontade de um garato que foi recém promovido das categorias de base, e precisa mostrar serviço na equipe de cima. Uma vontade muito acima da média, uma determinação que supera todas as dificuldades. Os gols tomados não chegaram a abater a equipe, que continua bombardeando o gol adversário com ataques de todas as formas. O time articulou jogadas que eu nunca vi, com inspiração que nunca vi em nenhum outro time. Meu time joga tão bem que é difícil entender porque ainda estou perdendo. As jogadas são de Ronaldinho Gaúcho, com o sorriso no rosto. Nenhum abatimento. Nenhuma lamentação. Apenas determinação e a busca incasável pelo gol - que insiste em não vir.

Cada ataque é um sofrimento. Parece que a bola vai entrar, o atacante deixou o zagueiro no chão, está de frente para o gol... "Eu amo meu noivo"... PEGA O GOLEIRO! O time se remonta, o ataque vem de novo. Cruzamento na área, o atacante domina no peito, dá um chapéu no zagueiro, dribla o goleiro, meus lábios perto dos dela... "Não posso"... NA TRAVE!

O jogo continua, e o placar é o mesmo. A derrota parece certa. Não para o meu time, brigador, lutador, esperançoso, habilidoso, competente. Até quando esse time vai acreditar que é possível?

A resposta é simples. Um dito popular se adequa perfeitamente: em futebol, o jogo só termina quando acaba.