quarta-feira, 26 de abril de 2006

Jogo da vida

Há jogos em que parece muito claro quem sairá vencedor. Algumas vezes pela diferença técnica dos times, outras pela circunstância que os dois se encontram.

Quando entrei no jogo - um amistoso sem qualquer pretensão maior do que uma simples partida bem jogada - não esperava ter tanta dificuldade. Não que o adversário fosse totalmente desconhecido, nem que meu time não estivesse preparado. Mas talvez o jogo tenha sido encarado como amistoso, e na verdade era final de Copa do Mundo. Uma competição que eu esperava vencer já há muito tempo - como todos querem.

Quando eu percebi que o jogo era esse, meu time estava jogando com a estratégia errada. Claro! Afinal, ninguém joga a final da Copa do mesmo jeito que jogaria um amistoso. O jogo era de brincadeira, uma pelada daquelas boas de jogar, divertidas e sem preocupações. A única preocupação era machucar algum jogador adversário com uma dividida mais forte - meu time se caracteriza muito pela força de vontade que joga.

O decorrer do jogo mostrou que quem podia sair machucado era o meu time. Mostrou que tínhamos perdido muito tempo achando que o jogo era amistoso, e só depois de perceber que o jogo já estava com placar de 1 x 0 para o adversário o time acordou. Talvez tarde demais.

Aquele adversário era muito mais forte do que se pensava. O time frágil que aparentava antes da partida não era tão frágil assim. Aquele time que se deixou envolver pelo toque de bola preciso do meu time, com ataques rápidos estava preparado.

Consegui alguns bons ataques, é verdade. Lances daqueles de encher os olhos. O ataque triangulava na frente da área adversária como se os jogadores fossem o Raí, Palhinha e Muller daquele São Paulo campeão mundial do início dos anos 90. Tudo parecia bem. Ela parecia seduzida e, mais ainda, conquistada.

De repente o jogo se complicou. O time resolveu que não queria mais assistir esse tipo de jogo. Fechou a defesa, não deixou criar mais nada. E sem que eu percebesse, o jogo estava 2 x 0. Não tinha reparado, mas o jogo tinha começado com esse placar. O primeiro gol foi marcado antes daquela partida: ela tinha ficado noiva. Mas não tinha reparado que não era só isso. O segundo gol foi uma conseqüência inevitável do primeiro: data do casamento marcada.

(continua...)

Um comentário:

Unknown disse...

É possível o chifrador se sentir chifrado pelo corno?

Que inversão de papéis interessante...